08 março, 2012

Caminhante

Por Luciano Gazola


Um dia me disseram que eu era livre. Meu primeiro ato de liberdade causou-me uma marca na testa que carrego até hoje, no álbum infantil o registro do primeiro tombo. 
Nos atalhos da Teologia troquei liberdade por livre arbítrio e hoje, liberdade de novo! Me Libertei dos atalhos, pelo menos desse atalho. 


O perigo de um mundo cheio de trilhas é taxarmos os caminhantes pelos sapatos que usam, pelos caminhos que escolhem. Caminhante é sempre caminhante, tira-se a roupa, os sapatos e fica o caminhante... 


Um dia me disseram que eu era guia de uma destas trilhas, e fui. Aprendi a subir montanhas, fazer fogo com gravetos, comer sementes e apontar o caminho. O problema é que de cima da montanha enxerguei outras trilhas e elas também levavam a algum lugar e Ele também estava lá


Me assustei! Pensava mesmo ser a minha trilha a única, não achava que era a melhor. 
Achava que era a única


Resolvi observar outras trilhas, outras tribos. Usavam roupas parecidas com as minhas e as minhas eram diferentes das dos meus caminhantes
Cansei de apontar o caminho, resolvi ir lá e ver. E vi! 


Era mesmo outra trilha, outros caminhantes, outras roupas, outras montanhas, mas Ele também estava lá! 


Agora caminho. Carrego na mochila a sinceridade de quem quer andar, a fé de quem sabe quem esta lá e o amor que fará pegadas no caminho. 


To aprendendo caminhar. A minha trilha eu conhecia muito bem, mas ela me fez perigosamente acreditar que era única e não era a única! 




Luciano Gazola, 
Fátima do Sul-MS, 
8 de Março de 2012.

Um comentário:

Jaqueline Hannusch Leal disse...

Postei ni Face pois acho que é muito pertinente a reflexão do Luciano. Todos caminhantes, não importa a roupa, trilha ou montanha.